top of page

A ansiedade e compulsão alimentar na Psicanalise

A ansiedade e compulsão alimentar na Psicanalise

A palavra ansiedade vem do latim e significa ânsia, anseio, ânsia.

A ansiedade é tida como uma das neuroses traumáticas da atualidade, um quadro patológico que deixa o paciente com preocupação exagerada sobre situações cotidianas, que podem se transformar em gatilhos para sintomas. São reações do organismo que ocorrem diante de situações estimulantes, sendo altamente desgastante e que pode tirar a pessoa do controle de sua vida e atrapalhando seu convívio social.
ree

Freud coloca que a ansiedade é consequência de traumas da infância que foram rechaçados pelo Ego como um mecanismo de defesa para a evitar a dor.

Teria relação entre desamparo e a angústia de castração, onde a privação ou perda do objeto equivale à separação da mãe, fazendo com que o indivíduo vivencie a sensação do desamparo devido à sua necessidade pulsional, como no nascimento e pode a ansiedade ser também resultado de libido contido, seja pelos desejos não realizados, ou pelas experiências traumáticas ocorridas na infância e que se manifestam na fase adulta em forma de sintomas.

Os transtornos de ansiedade são divididos em Transtorno de pânico (TP), fobias, transtorno obsessi­vo compulsivo (TOC), transtorno de estres­se pós traumático e transtorno de ansieda­de generalizada (TAG).

Assim a ansiedade é uma reação de defesa do organismo frente a situações que são tidas como perigo reais ou imaginários (conforme experiências anteriores).
Vale enfatizar algo muito interessante: O transtorno de ansiedade generalizada tem como fatores desencadeantes o desamparo social, a necessidade de pertencimento de um grupo e a aceitação pessoal. Esses fatores disparam gatilhos para o surgimento dos sintomas associados ao medo.

“A angústia tem inegável relação com a expectativa: é angústia por algo. Tem uma qualidade de indefinição e falta de objeto” Freud

È importante entender que a ansiedade esta associada a angústia, pois a ansiedade é um tipo de angústia que vivenciamos, porem na ansiedade não se tem um medo ou sensação de angústia específico, o paciente não sabe ao certo o porque da crise.
No geral se vê um paciente com forte necessidade de controle e de saber as possibilidades.

Com a terapia é preciso entender os fatores que despertam essas crises, o que seriam os medos, inseguranças, expectativas, traumas ou o que gera esse transtorno, mesmo que seja algo ainda inconsciente.
Caber ao psicanalista ajudar nessa descoberta e entendendo isso, redimensionar o sujeito com seu desejo, reduzindo a subjetivação do desejo que é na verdade o ponto central, chave pra compreensão, redução do quadro e vida mais plena.
Agora possivelmente você se pergunta: E a compulsão alimentar? Por que vinculada a ansiedade nesse artigo?

Vamos compreender isso detalhadamente.
Etimologicamente o compulsivo deriva do verbo latino compellere, que significa compelir, aquilo que impele, que constrange.

Existem 2 tipos de compulsões de repetição, uma que se da pela manifestação de pulsões e a outra quando existe a tentativa do ego de dominar, é uma tentativa do ego de anular pensamentos e sentimentos inaceitáveis pelo consciente.
Na compulsão ocorre um processo de transferência.

A compulsão alimentar faz parte de um quadro maior existente de transtornos alimentares e conforme estudos acredita-se que eles apontam para dificuldades nos laços mais precoces da relação materna e seus desdobramentos, especialmente na época da adolescência.

A compulsão alimentar é uma compulsão de repetição que além do supra mencionado, não existe prazer com a comida e sim sentimento de culpa, ocorrem devido suas dificuldades em lidar com as carências e excessos pulsionais.
A terapia para a compulsão deve abordar aspectos psíquicos que levaram a fixação no objeto comida, a fragilidade narcísica e o comprometimento da dinâmica pulsional. Os aspectos comportamentais, nutricionais e socioculturais também são relevantes.
É comum assim como na ansiedade os pacientes não conseguirem nomear as dores e sofrimentos que levam ao objeto comida e sua compulsão por ela.


E o que mais faz terem isso é evitarem o sentimento de angústia, frustração, vazio e ansiedade. E aqui vemos a junção de todo esse artigo.

Com o paciente preso na fase oral do desenvolvimento, a compulsão pode além de outros motivos é claro, ocorrer pra tentar apaziguar a ansiedade, já acima mencionada.
Diante disto, vimos que a ansiedade é derivada de uma angústia / medos existentes, que pode ser trabalhada na terapia e o sujeito ter vida plena com isso e que na maioria das vezes o paciente não entende de onde vem essa ansiedade e isso é plenamente normal, porém o psicanalista ajudará a entender esse "mundo" e chegar no âmago, mesmo que se trate de situações da infância, traumas e etc e ainda que tudo esteja no inconsciente.

Vimos ainda que a compulsão alimentar faz parte de uma compulsão de repetição e que está dentro de um quadro de transtornos alimentares (o qual envolve mais doenças e que costuma ter forte ligação com dificuldades nos laços precoces da relação materna e seus desdobramentos, especialmente na adolescência).
A ansiedade e a compulsão alimentar portanto podem estar relacionadas quando a compulsão se da pra tentar apaziguar os sintomas de um transtorno de ansiedade.
Isso é algo que se vê em muitos pacientes e que a psicanálise sem dúvida pode ser um diferencial para autoconhecimento e tratamento!

A ansiedade e compulsão alimentar na Psicanalise
Autora Nathalia Andrade do site www.terapiabrasil.com.br
Quer sua primeira consulta? clique aqui: www.terapiabrasil.com.br
 
 
 

Comentários


bottom of page