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A fantasia do abuso sexual na psicanálise

Primeiramente, vejamos o conceito de abuso sexual: O termo é usado de forma ampla para atos de violência sexual, sem consentimento da parte e práticas de qualquer teor sexual forçada.

Nosso código Penal brasileiro prevê pena para casos de abuso, tendo diversos artigos que podem se enquadrar aos casos, com penas de detenção.

A temática do abuso sexual é universal pois é algo que ocorre nas diversas classes sociais e em todas idades e cada vez temos um aumento maior de casos relatados, o que torna isso mais popular entre todos.

Na psicanálise existe estudo e claro terapia tanto para quem sofreu um abuso como quem tem intenções ou sofre em sua vida por abusos cometidos, em especial porque estamos falando de um transtorno parafílico, ou seja algo que requer tratamento a quem comete e claro a quem é vítima algo muito mais grave ainda.
Vejamos:
A vítima do abuso ganha traumas até sua vida adulta, dificuldades em toda sua vida, repressões e angústias e uma predisposição para perpetuar o ciclo de violência ao qual foi submetida, ou seja, abuso gera abuso.

Freud sobre traumas coloca: "Pode-se mesmo dizer que o termo "traumático" não tem outro sentido que econômico. Chamamos assim a uma experiência vivida que leva à vida da alma, num curto espaço de tempo, um acréscimo de estímulos tão grande que sua liquidação ou elaboração, pelos meios normais e habituais, fracassa, o que não pode deixar de acarretar perturbações duradouras no funcionamento energético."

Nessa repetição, ele repele o que já ocorreu, substitui por outra situação, é uma tentativa de anulação do trauma vivido, uma tentativa de controle, mesmo que a experiencia traumática esteja no inconsciente.

É importante deixar claro o quanto esse tema é importante e deve ser tratado na terapia, quando o paciente se sente confortável, é claro e o mesmo pode ter ajuda quanto a isso.

Mas nesse artigo refere-se a um lado clínico que terapeutas estudam: A fantasia do abuso sexual.

Existem sim abusos reais cometidos e isso além de contra lei causa grande trauma, porém existe a fantasia do abuso que é mais comum do que se imagina, e diferente do que possam achar: também envolve trauma. Isso mesmo!

Vamos entender isso a fundo:
No início dos estudos, Freud atendia pacientes e percebeu o recorrente tema de abusos e incestos nos relatos que recebia e de fato quem relatava tais acontecimentos na infância em especial, acreditavam ser vítimas de tais atos, trazendo uma experiência traumática.

Assim Freud criou a teoria da sedução que seria uma explicação as neuroses, porém com seu aprofundamento em especial a autoanálise começa muito fortemente a questionar se tais violências realmente ocorreram. E percebe a existência de fantasias dessa ordem. Criando então a teoria da fantasia.

Essas cenas são presentes em casos de neuroses e paranoias e só aparecem com à análise e devido a reação de emergência, relutância que contam, sensações, vergonha e até mesmo tentativa de negação fazem parecer verídicas.

Foi assim que Freud começou seu questionamento: "Por que os pacientes me garantiriam enfaticamente sua descrença, se o que eles querem desacreditar é alguma coisa que por qualquer motivo eles próprios inventaram? (FREUD).

Assim, com essa visão e agora com a teoria da fantasia que formula, percebe que a sexualidade é tão importante ao ser humano e a fase infantil que vivencias que estão no inconsciente como situações traumáticas reais, na verdade podem não ter ocorrido realmente, são fantasias que envolvem angústia, sedução, castração e o complexo de édipo.

Diz o pai da Psicanálise: "Foi um erro superestimar a sedução como fonte das manifestações sexuais infantis e gérmen da formação de sintomas neuróticos; erro que é superado ao conhecer a importância da atividade fantasística na vida anímica; a qual considera, para a neurose, mais decisiva que a realidade exterior"

Nosso inconsciente não distingue o real da fantasia pra situações relacionadas ao afeto.
Ou seja, pra quem tem tais relatos dessas experiências, a realidade psíquica traz como um trauma semelhante a um acontecimento real.

Diante disto que falamos: na análise não importa se aconteceu ou não, pois no nível inconsciente tem a força de verdade e portanto poderá ser trabalhado. Com isso o paciente não mente, ele crê mesmo nisso.

O que deve ser visto é mais que lembranças do que ocorreu mas o como a pessoa encara a lembrança que gostaria que fosse, então um fato real pode nem mesmo ser traumático em alguns casos e um fato fantasia pode ter um trauma envolvido, pois para aquela pessoa é real.

Com isso, o que se vê quando se tem fatos assim independente de reais ou fantasias são traumas que podem gerar grande instabilidade de vida e que com a terapia é possível melhorias. Na psicanálise, não faz diferença se o abuso aconteceu de fato ou se é fantasia, o que vai importar realmente é a realidade psíquica do paciente.
Autora Nathalia Andrade site www.terapiabrasil.com.br

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